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MAROUSSIA

Um pouco de mim... Apenas "alguém", que Escreve sobre o que pensa ser "interessante", o que sente e gosta !!

MAROUSSIA

Um pouco de mim... Apenas "alguém", que Escreve sobre o que pensa ser "interessante", o que sente e gosta !!

30.04.25

Maria - Memórias de uma Vida (conto)


Maroussia

Historia Maria 00000.jpg

As horas passavam e nem Tia nem Sobrinho, de tão entusiasmados que estavam com a conversa, deram pelo tempo passar.

Maria neste entretanto, deitou mãos ao trabalho. Foi retirando todas as coisas que estavam na mesa de refeições, voltar a colocar a sala como por costume está, arrumada, com tudo no seu lugar, nem que seja por mais uma semana.
Depois de levar tudo para a cozinha, havia que tratar do que tinha sobrado. Colocar tudo em caixas bem acondicionadas. Guardar no frigorífico, porque seriam para a Augusta levar para sua casa.
Tratar das louças, e deixar a cozinha mais ou menos num estado limpo e asseada. Ficou a "boleira" em cima da mesa, porque as crianças ainda lanchavam, bem como a minha Sra. e o Sr. Engº.
Maria, "deita" mãos ao serviço já para ela habitual, e como num passo de magia, num curto espaço de tempo (cerca de 1,30 ou 2,00 hrs), estava tudo arrumado.
As 17,00 hrs estavam quase a "entrar", e assim Maria dirigiu-se à salinha onde estavam Tia e sobrinho a conversar, e pedindo licença a ambos, pergunta:

Minha Sra. venho saber o que vos posso trazer para lancharem ? Os meninos já tratei deles, levei-lhes bolo e sumo de laranja, foi a pedido,  ao escritório onde estavam entretidos a jogar.
Então o que vos posso servir ?
Esta Maria não pára, penso que está "cronometrada" diz a Sra, com um sorriso bem rasgado. Os três  riram-se com vontade.
A Sra. responde, olha minha querida, para mim apenas um cházinho de camomila e uma torrada com pouca manteiga, tu sabes e sorriu.
Olhando para o Sr. Engº. pergunta: e tu meu querido, o que queres tomar ? ao que o sobrinho responde: Minha querida Tia, eu aceito um café e um copo de água. Almocei muito bem como sempre, e fiquei de ir com os filhotes ao cinema á ultima sessão da tarde,  depois iremos petiscar qualquer coisa, com certeza menos saudável do que o normal, mas é de vez em quando, disse com um ar, agradavelmente "contemporizador ".
Maria saiu, e poucos minutos depois, estavam servidos. Entretanto Afonso, em quase fim de conversação, agradece a sua Tia todos os "conselhos" que lhe tinham sido dados.
Estava feliz com o apoio da Tia, pelo seu início de "relacionamento" com a Francisca, mas sobretudo tinha de colocar os seus filhos - a par - do que se estava a passar, porque a opinião deles era a mais importante. Em todos os pormenores, Tia e sobrinho estavam em total  concordância. 
Então com a sua  licença, vou avisar os meus "rapazes", para se preparem, e virem despedir-se da Tia, disse ao mesmo tempo que se levantava.
Espera querido, diz-lhe a Sra. e continuando, deixa bem clara a sua intenção.
Quando entenderes que está no tempo certo, quero muito que tragas a Francisca para um dos nossos almoços. Não há pressas, tudo tem o seu momento certo. 
Tudo começa pelo "início" e depois o Tempo fará o seu "papel", nada acontece por acaso.
Obrigado Tia, será um gosto e sim, sem duvida alguma que o farei na altura certa.
Vai lá meu querido, e ao mesmo tempo que dizia isto, já vinham os "rapazes" felizes e contentes, para abraçar a tia, em modo de  despedida.
Maria.. sabia que se íam embora,  foi até a porta para a abrir, e fazer o cumprimento de despedida, embora todos fossem uns amores e ela recebesse um abraço dos três.
Fechou a porta, e dirigiu-se à sala para levantar as chávenas, mas a mão da sua Sra. impediu esse afazer, ao mesmo tempo que lhe dizia: Senta-te aqui minha querida, vamos tomar um cházinho as duas, que deves estar arrasada.
Tenho muito gosto em fazer-lhe companhia, é sempre uma honra para mim, e creia minha Sra. que nem sinto o cansaço, sabe que os sábados para mim são muito importantes, como sempre foram e hão-de ser até que Deus o permita.
- Sabes Maria eu hoje estou muito feliz, falámos sobre algo muito importante para o menino Afonso. Parece que está interessado depois de tantos anos sofridos, e só com os meninos, numa relação séria, com uma pessoa com valores e interessante. Foram colegas no Instituto de Engenharia.
Maria agradeceu à sua Sra. aquela partilha, dizendo o quanto estava feliz, e nos seus olhitos "bailava" uma lagrimita de alegria. Adorava aquela família, e realmente tinha muita sorte de poder "servir" a pessoa que ela mais admirava desde criança, a Sra. D. Constança.
Minha Sra, quer uma sopinha leve,  para o jantar ? Pergunta Maria, ao que a Sra responde:
Maria, agradeço o teu cuidado, mas almocei muito bem o arroz de pato estava uma delícia.  Agora a esta hora, com as torradas e o chá de há pouco, mais este chazinho que tomámos juntas, estou satisfeita, mais tarde ao deitar já sei que vais levar-me como fazes sempre, um leitinho para ajudar-me a dormir melhor,  o teu miminho habitual, diz-lhe sorrindo. 
Talvez vá tocar um pouco piano,  ou ler um livro, sinto-me bem assim, serena e feliz. E tu minha "menina", vais descansar que por hoje já chega. Vai para onde te apetecer, para o teu quarto ou onde queiras ir ou estar, desde que estejas bem.
Eu vou então minha Sra. mas a "sineta" que esteja sempre perto da sua mão, para quando  necessitar da minha pessoa. 
Com a sua licença,  vou mas, estou cá em casa.

Maria sai, dizendo até já minha Sra. com um sorriso carinhoso, pelo qual foi correspondida.

Amanhã é outro dia...

Continua ...

®M. Cabral  (in -  "Conto de ficção" ) Parte 5

 

 

 

30.04.25

Maria - Memórias de uma Vida (conto)


Maroussia

Historia Maria 00000.jpg

Sábado, 12,00 hrs. A campainha da porta repete-se por 3 vezes, sinal que é de "casa". Ouço a chave "girar" do lado de fora, e de seguida e os passos do Sr. Engº Afonso e da sua prole, o menino Dinis de 15 anos, e o Felipe de 10.
Com eles Maria está dispensada de formalidades, daí não os ter ido receber, e assim seguem directos à sala, para os devidos cumprimentos à Sra.
Não demoraram 5 minutos, para entrarem na cozinha, e depois dos cumprimentos como sempre faziam, sem cerimónias, o menino Afonso, (melhor escrevendo) Sr. Engº. Afonso, com um sorriso "maroto" olhando para os seus meninos, diz sorridente : Este cheirinho até abre o apetite a quem não o tem, e é coisa que não nos falta, mais ainda aos sábados,  porque será ?
Claro que foi uma risada entre todos.
Só espero que esteja tudo ao vosso gosto, porque foi feito com muito amor e carinho, para mais uma refeição especial de família, responde Maria com um sorriso.
Os meninos têm o vosso bolo preferido de sobremesa, já há algum tempo que não o fazia. Agora façam o favor de se prepararem para ir para a mesa, que vou servir o almoço, está na hora.
Os "Meninos" dirigiram-se à sala das refeições, para ocuparem os seus lugares, com a Sra. à "cabeceira" da mesa, como foi sempre seu hábito.
Entretanto Maria, na cozinha,  compunha a Terrina da sopa, e as travessas de modo a começar o serviço que lhe competia e ela tanto gostava.
Espero que gostem e muito bom apetite, disse antes de sair e voltar para a cozinha. Pouco Falavam enquanto comiam, deixavam para depois as conversas, quando passavam para a sala onde o Sr. Engº tomava o seu café com o seu cognac francês, em balão aquecido, como gostava. A Sra. era o mesmo de sempre, um cházinho de cidreira, sempre foi assim depois das refeições.
E assim aconteceu, depois de se dirigirem à sala após a refeição, os meninos Diniz e Felipe, foram para o antigo escritório do pai, onde estavam computadores e jogos. Não só para estarem entretidos, porque no jardim estava frio mas, também porque o papá queria ficar a sós com a Tia Constança.
Depois de se "situarem", como estavam, a nível de saúde , profissionalmente, os meninos nas escolas, o Sr. Engº com um sorriso terno, diz a sua Tia, que precisava dos seus sábios e acarinhados conselhos, para uma decisão a tomar.
A Sra. responde-lhe prontamente: Meu querido, estarei sempre aqui para o que precisares, mas, fala depressa que está a deixar-me inquieta. Passa-se alguma coisa de grave contigo ou com os meninos ?
Por favor minha Tia, aquiete o seu coração, que nada de mal se passa connosco, mas tem alguma certa "gravidade" para mim, disse com um sorriso, num semblante entristecido.
Conta-me tudo o que se passa, só assim saberei o conselho a dar-te mas, com um sorriso meio desconfiado, não sei se estarei à altura dessa decisão.
Mas conta, conta lá tudo, podes começar, disse sorrindo.
Pois então, lá vai, minha querida Tia, sabe como eu amava e ainda amo, a Luizinha, e que estes 8 anos, nunca olhei para outra mulher ...
Claro que sei meu querido, todos os dias rezo pela sua Alma, e que apesar de estar em bom lugar, onde já não sofre, jamais, por qualquer pessoa que com ela privou, será esquecida.
Muito menos por ti, um amor desde crianças e como tenho vistos poucos. Assisti ao teu sofrimento, a uma dor imensa, que te corroía o coração todos os dias, mas tinhas de ser forte pelos meninos.
Sempre fiz o que podia mas, tudo isso para mim era pouco, tinhas ainda os teus pais e aos poucos, como nada podemos fazer, temos de nos render à evidência, do que todos temos como a única certeza, na vida.
Estiveste no fundo, temi por ti, mas alguém esteja onde estiver, te protege. Com um abraço forte e os olhos marejados de lágrimas de saudade... Acalmaram aquele momento de dor e emoção sentida.
Então meu querido Menino "grande, diz-me o que te preocupa ? Embora eu quase que sou capaz de fazer uma ideia. Vá lá "desembucha" que é melhor, diz-lhe a Tia sorrindo.
Ora vamos lá minha Tia... Aqui este "menino" sem saber como,  foi encontrar uma colega do 1º ano da Faculdade, num evento de uma das empresas com quem trabalho, algo que jamais me passaria pelo pensamento, o certo é que aconteceu.
De início, pensei que conhecia aquela pessoa, mas não conseguia recordar de onde, apenas aquele rosto era de alguém que eu já tinha visto.
Num intervalo para um café, foi ela mesmo que estando a meu lado, no balcão, me pergunta se eu não tinha andado no IST em Lisboa. Claro que respondi afirmativamente e olhando-a bem porque estava frente a frente, reconheci aquele rosto e perguntei se ela se recordava de mim após tantos anos, ao que ela assentiu e inclusive disse: Recordo sim... Afonso se não estou enganada, enquanto deixava escapar um sorriso.
Realmente sou o Afonso, respondi e não é nada abonatório de minha parte eu não me recordar do teu nome, embora o teu rosto, não seja  de todo indiferente... Ao que ela me responde eu sou a Francisca, e fomos colegas de turma.  Segui engenharia e tu?
Agora que me dizes o nome, lembro que havia uma Francisca na minha turma, por sinal uma jovem muito bonita, algo que posso constactar que não mudou nada. 
Mais um pouco de conversa informal, sobre casamentos e ambos estávamos livres eu por uma "perda" dolorosa, ela por um divórcio, que por vezes também não é fácil. 
Trocámos nrs de contacto, e temos enviado algumas mensagens mutuamente. Em boa verdade, estou a sentir-me bem com esta situação. Quero conhecê-la melhor... sem pressas. 
Eis o "imbróglio" no bom sentido em que estou metido.
A Tia olhava sorridente para aquele Menino Grande, que estava tão confuso, que foi procurar, aconselhamento junto de quem para ele, era a pessoa que mais o poderia ajudar, e com isso sentiu um grande orgulho, pela demonstração de confiança, e amor dada. 

continua...

®M. Cabral  (in -  "Conto de ficção" ) Parte 4

 

 

 

 

 

30.04.25

Maria - Memórias de uma Vida (conto)


Maroussia

Historia Maria 00000.jpg

 

Sábado, 7,00 horas Maria levanta-se, com a rapidez que lhe é peculiar. Faz a sua higiene pessoal, coloca o avental que lhe serve de "farda", coisa que nunca usou por completo, basta o avental grande tipo "bata"sem mangas de cor cinza, para usar nas lides da casa e um branco sempre imaculado para servir à mesa, a saia era sempre preta e blusa branca.
Os seus cabelos compridos, eram entrançados de uma forma "ornamentada " onde nas ocasiões especiais, colocava uma pequena touca branca bordada, que faziam realçar mais o seu rosto de "gaiata", embora em idade já passasse os 50 anos.
Depois de ter tomado um copo de leite e uma torrada com manteiga, preparou o pequeno almoço para levar à sua Sra. e a ajudar no que for preciso ao levantar-se.
Não que a Sra. tenha alguma problema de mobilidade, antes pelo contrário, tem saúde e muita vitalidade, mas, é uma forma de a acarinhar.
Bom dia minha Sra. cumprimenta Maria com um sorriso, que foi correspondido como sempre acontece.
Precisa de ajuda para alguma coisa, vou preparar o seu banho de imersão com os sais de que tanto gosta.
Oh "rapariga" tem calma, os sábados dão conta de ti, diz a Sra. a sorrir. São, tantos anos de uma refeição normal, semanal, mas para ti é sempre especial.
Maria corou e assentiu com a cabeça, respondendo ao mesmo tempo: é especial sim, não só pelo que gosto do Sr. Engenheiro e dos meninos mas, porque Sei que a Sra. fica feliz com estas presenças, e isso agrada-me muito.
Vou então arrumar os quartos, que com o frio que está já apanharam "ar" que baste. Depois começar a orientar as "coisas" para o menú de hoje.
Se a Sra. precisar de algo, tem "sineta" na mesinha.
Está tudo bem,  minha querida, não te preocupes.
Maria está agora na cozinha, panelas para um lado, tachos para outro, a grande mesa de "trabalho", parece que encolheu.
A sobremesa adiantou ontem, um excelente bolo de chocolate e natas, hoje é só colocar
os morangos por cima para decorar.
Passaram 3 horas de "labuta", desde que começou a tratar do almoço, mas o menú, está quase pronto para ser saboreado.
Entretanto, aproveita um intervalo e vai tratar da mesa de refeições, no salão. Uma toalha branca (alva) de linho, bordada e ladeada por uma renda feita manualmente.
Os guardanapos a condizer, com o serviço de porcelana antiga, muito bem cuidada, ao qual faltam apenas duas peças (um pequeno acidente). Copos de cristal de pé alto, um faqueiro muito bem trabalhado, ofertado pelos seus pais, que a Sra. gosta muito.
Está tudo pronto minha Sra. vou só colocar um arranjo de flores que preparei para colocar no centro da mesa.
Não tarda estão aí, os seus queridos sobrinhos. São quase 12,00 horas.

Minha Maria que faria eu sem ti. És um doce de pessoa, uma amiga de que muito gosto. Maria retribui com um sorriso, que reflectia toda a gratidão e carinho que sentia pela sua Sra. 
Esperemos então pelos nossos ... Meninos. 

Continua...

®M. Cabral  (in -  "Conto de ficção" ) Parte 3

30.04.25

Maria - Memórias de uma Vida (conto)


Maroussia

Historia Maria 00000.jpg

Quase 5 horas da tarde, ouve-se a campainha da porta, Maria prontamente dirige-se para a abrir. Claro que sabia quem era, a Dra. Leonor que vinha para tomar chá com a Sra.
Boa tarde Dra. Leonor, é um prazer revê-la, faça o favor de entrar que a minha Sra. espera por si, vou já anunciá-la.

Minha Sra. chegou a Dra. Leonor, vou servir de imediato o chá, e de seguida, vou  aproveitar o tempo que vai ter companhia, para ir às compras, faltam-me algumas coisas na cozinha, mas não demoro. Amanhã, é sábado, o dia em que o Sr. Engº. Afonso, vem almoçar, como é de hábito, vou cozinhar um dos seus pratos preferidos, desta feita, será pato com laranja, sei que é também do agrado da Sra.
Esta é a Minha Maria, diz a Sra. carinhosamente, sempre preocupada em satisfazer o desejo de todos, e de bem servir.
Vai despreocupada, porque fico bem, e ainda te vai sobrar tempo, disse-lhe com um sorriso.
E assim saiu a Maria, com um rol de notas para não esquecer nada, porque não se perdoaria se alguma coisa corresse mal.
Vamos agora à sala onde esta a Dª. Constança em amena conversação, com a Dra. Leonor. Então linda amiga que queres dizer-me, ao mesmo tempo que bebia um gole de chá.
Com o sorriso rasgado, a Dra Leonor, não deixou a amiga muito tempo "suspensa" de tal novidade.
Então minha querida amiga, disse sorrindo, acreditas que vou ser avó ? Estás a imaginar, eu, nesta idade, sem esperar já por tal benção, de repente o Gustavo há uns dias atrás,  assim do nada pergunta-me:  Mamã ainda "conseguia" trocar uma fralda a um bebé, com um largo sorriso de alegria estampado no rosto.
Fiquei meio atordoada, depois de tantos anos a tentarem serem pais, até chegaram ir a Inglaterra e agora, já sem esperança alguma, acontece este milagre.
A sério Leonor ? que felicidade minha querida, já me sinto "tia avó", diz a Sra. com uma risada contagiosa.
É uma benção sem dúvida. Continuaram a falar sobre o assunto, com os rostos cheios de Felicidade, nem deram pelo passar do tempo.
Entretanto, ouvem a porta de entrada abrir e fechar (casas antigas com portas pesadas), era a Maria, que tinha chegado, pousando as compras em cima da mesa da cozinha, uma peça de carpintaria antiga, enorme de madeira maciça e tampo de mármore, dirige-se à sala onde as duas amigas conversavam, pedindo desculpa por interromper.
Já cheguei e está tudo em ordem. Vim aqui apenas para saber se as Sras. querem mais alguma coisa, talvez outro cházinho, diferente e quentinho.  Estamos Janeiro e o tempo está frio, algo quente sempre nos aquece por dentro, remata com um sorriso.
Ambas recusaram e agradecerem. A minha Sra. muito risonha, pergunta à Dra Leonor.  Minha querida, posso contar à Maria, ela gosta muito de todos vós, ao que a Dra. assentiu com a cabeça, sorridente.
Sabes Maria, vou ser "tia avó", a avó claro vai ser a Dra. Leonor. Foi difícil mas, com a Graça de Deus, tudo é possível. Os Milagres acontecem, se crermos com muita Fé.
Parabéns Dra. Leonor, tudo vai correr muito bem e no que puder ajudar, com a licença que a minha Sra. possa conceder-me, estarei sempre à vossa disposição, diz Maria de sorriso nos lábios.
A Dra. Leonor olha o relógio e diz; com muita pena vou ter de despedir-me por hoje, adorei como sempre estar aqui. Obrigada a ambas.
Cumprimentou a amiga e sorriu a  Maria que a acompanhou  até à porta.
Quando voltou para retirar a louça da mesa do chá, deu "conta" à Sra. das compras que tinha feito e pedindo licença, dirigiu-se para a cozinha, para arrumar o que tinha trazido e adiantar as "coisas" de um almoço mais elaborado,  onde estaria o menino Afonso, com os seus dois filhos. Infelizmente ficou viúvo muito cedo, e não voltou a casar.
Desde muito cedo, ainda solteiro, que todos os Sábados era o almoço em família,  com os tios, e continua agora, ainda com mais tempo disponível, com a minha Sra. e,  assim vai  perdurar, até Deus querer.

Voltei à sala para saber se era preciso mais alguma coisa mas, a unica que tive de fazer,  foi colocar uma mantinha para aconchegar a minha Sra. que dormitava, com um leve sorriso nos lábios.
Foi muita emoção,  não só por estar com a sua melhor amiga,  mas também pela felicidade sentida, com a notícia que recebera.
Daqui a mais um pouquinho, acordá-la-ei para lhe servir uma refeição leve e talvez ainda a ouça tocar um pouco de piano, nem que sejam uns simples acordes, porque esta Sra. não gosta muito de se deitar cedo.
Mais tarde um copinho de leite morno, e ajudo-a a deitar-se. Amanhã é outro dia.

Continua...

®M. Cabral  (in -  "Conto de ficção" ) Parte 2

30.04.25

Maria - Memórias de uma Vida (conto)


Maroussia

Historia Maria 00000.jpg

Estando  Maria nas suas lides domésticas, toca a sineta da Sra. De imediato dirige-se à sala onde está o um velho piano (pouco afinado) com a sua banqueta de veludo, a estante dos livros, uma senhorinha acetinada, um pouco gasta, com um candeeiro de pé alto ao lado e algumas poltronas, que rodeiam um mesa redonda, onde as visitas tomam chá e convivem. 
Maria, pergunta delicadamente, que deseja minha Sra. ? Um cházinho talvez ou estou errada ? ao que a Sra. lhe responde... olha que não estás totalmente errada (com um sorriso carinhoso), é realmente um chá,  mas para duas pessoas, e já agora, ainda tens dos biscoitos que fizeste ontem ou os pequenos ao lanche deram conta deles ?
Tenho sim minha Sra. guardei-os na latinha da sua preferência, a que tem aquelas rosinhas em volta, responde Maria. 
Sabes,  é que vem cá a minha amiga Constança, porque quando falámos ao telefone, disse ter uma feliz novidade para dizer-me mas que gostava de fazê-lo pessoalmente, daí este convite para um chá, hoje pelas 5 horas.
Estou ansiosa por saber, pareço sempre uma criança, quando sei que tenho novidades boas para receber. 
Eu sei bem disso minha Sra. sempre a conheci assim, desde o tempo do falecido Sr. Conservador, seu esposo, que adorava presenteá-la com surpresas. 
Foi sempre uma "menina" muito mimada pelo Sr. seu esposo,  por todos os familiares e amigos, até por  mim que lhe quero muito bem e sinto uma gratidão enorme, apesar de ser uma simples serviçal.
Maria... não voltas a repetir tal patetice.
Nunca olhei para ti como tal, és da família. És tu que não queres que ninguém trate da casa, por minha vontade, a sra. que vem uma vez por semana para limpar a casa, vinha mais vezes, tu é que não queres, porque gostas de tudo sempre organizado à tua maneira.
Pois sim, minha Sra. bem o sei e grata estou, são muitos anos a seu lado. Desde tenra idade que me habituei à sua presença doce e serena, com um longo e lindo cabelo ruivo cacheadado e a tocar piano.
Eu era uma criança.
filha dos caseiros dos seus paizinhos que Deus Haja, e a Sra. ainda era, a Menina Constança, como todos a tratavam.
Lembras tudo isso Maria ? diz a Sra. com um ar meio surpreso, porque pelas circunstancias da vida sempre ocupada e que lhe tomavam algum o tempo, entre as duas, as conversas eram mais triviais, embora sempre em tom ameno e empático.
Claro que sim minha Sra. ninguém esquece o passado e muito menos quem lhe quer bem. E lembro muito mais ainda; quando a Menina Constança (naquele tempo), entrava em nossa casa, quase sempre na altura em que a minha mãe preparava a broa e os e bolinhos para o forno.
Depois haviam conversas sobre as coisas que se íam passando. A "Menina" gostava muito de falar com a minha mãe, era quase como uma conselheira. Sei que a falou com ela do rapaz que viria a ser seu namorado, noivo e depois marido, antes de os seus paizinhos saberem.
Era filho de uns Senhores amigos de família, pessoas de "Posses". Era um bonito rapaz, de bom trato e já formado em Advocacia, naquele tempo.
Embora fosse 10 anos mais velho do 
que a "Menina" Constança, mal soube que era correspondido no "bem-querer" que sentia pela Sra. logo a pediu em casamento aos seus paizinhos.
Outros tempos, tudo tinha as suas regras. Casaram e vieram para Lisboa para esta mesma casa. Mal sabia a Sra. a minha tristeza quando a vi meter-se no carro. Os anos passaram, infelizmente os meus pais faleceram, segundo dizem com uma febre qualquer que houve naquele tempo.
Tinha os meus 15 anos quando isso aconteceu, os seus paizinhos olharam por mim mas, quando me leram uma carta da Sra. para me perguntar se eu queria ir para Lisboa para sua casa, foi o dia mais feliz da minha vida.

Continua ... 
®M. Cabral  (in -  "Conto de ficção" ) parte 1

28.04.25

Hortelã... a plantinha que não falta na minha casa !!


Maroussia

protecao-e-purificacao-4-simpatias-com-hortela-parJuntando o útil ao agradável. Ao "conselho" que dou por experiência própria, às propriedades que esta planta possui... acrescentei este tema musical. 

Penso que este grupo não seja muito conhecido mas, eu gosto deste género de canto e admiro-os muito.  Daí a partilha para dar a conhecer (a quem não os conheça). 

M.Cabral_pt® (in - "gostos e sabores" em duplicado)  

26.04.25

The Fevers. Mar de Rosas (Músicas para recordar - 1971)


Maroussia


Porque me apetece, sentir a nostalgia da saudade, das musicas da minha juventude. O melhor tempo das nossas vidas (adolescência). 
Pena é,  que quando nos apercebemos disso, já ficou muito tempo lá para trás.  Ficam as memórias, no meu caso, também alguns  discos e podemos sempre recorrer ao Youtube. 

®M.Cabral - (in - Musicas que deixam "marcas") 

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