Já percorro o meu Caminho mais devagar
mas, curiosamente ainda tenho pressa,
O tempo passa fugaz sem se preocupar
e aquele que passou... já não regressa.

Bem que tento ludibriá-lo neste percurso
mas "ele" teimosamente segue em frente,
Eu disfarço, para não ser notada no "abuso"
e "ele", faz questão de passar, indiferente.

Sei que são Lutas sem sentido e "desiguais"
Porque o Tempo não se dará por vencido
mesmo que eu tente andar depressa demais,
de nada me valerá, será por mim, tempo perdido.

Um dia (à sua escolha) o meu "tempo" vai findar
E daí a minha frustração, pois fica tanto por fazer
Porque ainda tenho o "passivo" para acertar
e o "activo" ficará... no "deve" e no "haver".

E assim chego a um "resumo" desta existencia
da minha claro, que outra não vivo, nem vivi.
Que tem de haver muito empenho e resiliência
pois a "vivência", cabe a cada um nós de "per si" !!

PS: - Pena que esta "análise" não seja globalizada... as Guerras deixavam de fazer sentido, já não fazendo.
O Homem, pensa pouco na "existencia" e limita-se a acabar com ela, sem olhar para o rasto de sangue que vai deixando na sua "cegueira" pelo Poder de um, sobre o outro...!

Neste "palco" que é a Vida, os protagonistas podem ser poucos, mas os figurantes são multidões e no final os "aplausos" são mortiferos, e com requinte de malvadez. Pena é, que os "realizadores", nunca estejam presentes !!

Para quê matar, se todos nós temos a morte "dentro" de nós, datada e lacrada com selo ???  

®M.Cabral_pt  (in "Enlutada")