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MAROUSSIA

Um pouco de mim... Sobre o que sinto, ouço, escrevo e gosto !!

MAROUSSIA

Um pouco de mim... Sobre o que sinto, ouço, escrevo e gosto !!

31.07.20

Uma narrativa por dia... !!


Maroussia

21566431_Y3HBm.jpegnet retocada

"Narrativa do dia"  -  Diário de um Cão...!!

O meu nome é Farrusco, não entendo muito bem porquê, mas suponho que é por ser negrinho como o carvão.De qualquer modo, recordo que foi assim que comecei a dar-me por esse nome, pouco tempo depois de nascer e de me retirarem da minha mãe.Ambos de lágrimas nos olhos eu, porque não queria sair de junto dela, ela porque era simplesmente a minha mãe e eu o seu filho.
Com alguma relutância mas, porque os humanos é que mandam neste Mundo Cão, lá me levaram.Lembro-me que chorei várias noites, até pensar que já nada havia a fazer senão habituar-me à ideia e tentar adaptar-me à minha nova vida.
Recordo-me de começar a ouvir chamar Farrusco e pensar para comigo, devo ser eu e olhar um pouco desconfiado para quem me chamava e ao mesmo tempo me pegava ao colo.
No entanto para minha surpresa, era um rosto enrugado pelo tempo mas, bonito e simpático que me olhava com tanta ternura, que não me contive a agradecer-lhe, abanando o meu rabito, o que a fez sorrir e dizer:
"Olha João estás a ver como ele gosta de mim", ao que o tal João respondeu feliz também, eu bem te disse amor, o que ele tinha era saudades da mãe, mas em se habituando a nós, vais ver que não nos larga.
O tempo foi passando e eu crescia feliz mimado pelos donos que tanto adorava.
Uma certa noite, acordei com muita agitação naquela casa que por norma era bem pacata, levantei-me e fui até onde estavam os meus donos e, sem entender muito bem o que se passava, vi que o meu dono chorava debruçado sobre o peito da minha dona que dormia.
Para chamar a atenção, ladrei e pus as minhas patas dianteiras no joelho do meu dono, ele olhando com lágrimas nos olhos, disse-me apenas: meu amiguinho, morreu a nossa princesa.
Lembro de lhe lamber as lágrimas, pensando assim que ele pararia de chorar.
Neste entretanto, entraram umas pessoas desconhecidas no quarto e eu talvez por não querer "acordar" a minha dona, deitei-me muito quieto aos pés da sua cama, observando tudo muito atentamente, como querendo descobrir o que se estava a passar.
Depois tudo aconteceu muito rápido, "trataram" da minha dona, meteram-na dentro de uma grande caixa e deixaram-me sozinho a pensar para onde a levariam.

Passaram dois dias sem ver os meus donos, ate que pelo final da tarde do segundo dia, apareceu o meu dono sozinho.
Corri, saltei, abanei o rabito, até ladrei, mas daqueles olhos tristes só caíam lágrimas, impotente deitei-me a seus pés e ali ficámos os dois não sei por quanto tempo. Naquela casa já só se escutava o silêncio, não me faltava comida nem o carinho do meu dono, mas a tristeza dele era tão grande que me contagiava.
A dada altura, sou surpreendido por alguém que entrou lá em casa e passou a tarde a falar com o meu dono. De novo o meu dono voltou a chorar e perguntou a quem com ele falava, e o Farrusco?
Arrebitei as orelhas a conversa era sobre mim, e ouvi a resposta seca e a soar a falsa, "não se preocupe Ti João, que eu trato do Farrusco, mas agora temos de ir, porque esperam por si na Casa de Repouso".
O meu dono veio ao pé de mim e disse-me com lágrimas nos olhos, quando eu já chorava também (sim porque os animais também sentem), meu amigo, não te posso levar comigo, mas vais ficar bem, havemos de voltar a ver-nos, e coçando-me a cabeça, saiu cabisbaixo, sem olhar para trás.
Senti a porta fechar e ali fiquei à espera do que estaria para vir.
Passaram 5 dias, até que a tal pessoa que levou o meu dono, abriu a porta deu-me um pontapé no rabo e gritou:
- Vá palerma faz-te à vida - .
Nesse momento entendi tudo, entendi que o ser humano é cruel e desumano.

Hoje, já velho e cansado, ando pelas ruas, escorraçado por uns e outros, acarinhado pelos mais piedosos, recorrendo aos caixotes mas, sempre a recordar com saudade os meus adorados donos que tanto me deram sem pedir nada em troca.
Sofro muito mas, penso naqueles que nunca tiveram a felicidade de conhecer ninguém bondoso e humano como eu tive.
Lamento que o ser humano, não nos dê valor, porque nós somos leais, e muitas vezes damos a vida para salvar os humanos, ajudamos em buscas, em incêndios, em catástrofes, e tudo fazemos de boa vontade, por respeito.
Em troca só pedíamos que fossemos reciprocamente respeitados, porque os animais também têm sentimentos.

Este é o meu diário.

Estou a sentir-me muito cansado e entorpecido, pelo que vivi e já vi, está a chegar a minha hora e, o meu último pensamento, vai para o dia em que a minha dona me chamou Farrusco e feliz disse, que eu gostava dela… obrigado !!


®M.Cabral (autoria)
_ sob reserva_SPA

30.01.20

Ciúme... sentimento de posse, perda ou insegurança ?!


Maroussia

 

88dd01f8ceacd89c3cd35bd5144da159.jpgimagem by internet

“ SENTIMENTO QUE DÓI ”


Ciúmes… não penses que os sinto
se por mim, passas com outra a teu lado,
mas sei que ao falar assim eu minto,
porque os sente o meu coração magoado.

Tento ser forte e pensar que não é nada
mas como me dói na alma tal situação
mulher alguma gosta de se sentir trocada
quando resta ainda amor no seu coração

Mesmo sem querer, os ciúmes afloram
tento enganar meu coração já magoado,
mas se os vejo juntos meus olhos choram
sem acreditar que tanto amor tenha acabado.

Quem sempre se ria dessa palavra ciúme,
fazendo apostas na certeza desse amor,
jurava e punha as minhas mãos no lume
sofro agora desse ciúme, com muita dor.

Engraçado como vemos tudo diferente
quando sentimos essa situação na pele,
não conseguimos pensar correctamente
nem sabemos representar bem esse papel.

Os conselhos que aos outros sabemos dar
agora que somos nós, nem os seguimos,
porque por mais que nos tentem confortar,
as palavras dos outros, nem as ouvimos.

Agora que aprendi também o significado
desse ciúme em que eu não acreditava,
foi preciso sentir o coração abandonado,
para sofrer, com o que tanto desdenhava.


Nota de autora: Poesia de ficção !

®M.Cabral

08.01.20

Fazer tudo, não é TUDO, porque as situações quando surgem, não são assim tão... lineares !!


Maroussia

casais-separados1.jpg

”  FAZER TUDO NÃO  TUDO  “            
 

Fazer "tudo" para um casamento se manter
por vezes é preferível uma razoável separação,
pois chega a uma certa altura que é só para sofrer,
que tenta-se por status, "viver" essa união.

Apela-se que é o  melhor para as crianças,
são as desculpas, quase sempre utilizadas,
mas ao manter uma união sem esperanças,
são as crianças, que vão "sair" mais magoadas.

São muitas as vezes em que surgem os conflitos,
e para isso não se escolhem as ocasiões,
transformam-se as palavras, em plenos gritos,
isto, quando não se chega, ás agressões.

Aí sim, quando a tal  uma criança assiste,
vai com certeza ficar muito magoada,
e ao deparar-se com aquela cena triste,
vai sentir-se pelos pais, menos amada.

Tentem, tentem sempre com muito alento
ficar juntos mas, tenham muito cuidado,
não teimem em prolongar um casamento
se não lhe conseguirem dar algum significado.

Se entretanto houverem crianças pelo meio
não subestimem nunca  a sua  inteligência,
com elas é imperativo conversar primeiro
jamais tenham para com elas,  negligencia.

Falem-lhes,  nunca fugindo à sinceridade
porque as crianças sempre compreendem,
não usem para com elas, da "irrealidade"
conversando, as crianças tudo entendem.

Digam-lhes que acabou o amor entre os pais
e que vivendo juntos, nenhum deles é feliz,
mas que o amor por elas,  ainda é mais
porque os filhos… foram os pais quem os quis.

E não querendo fazer ao divórcio apologia
fazer tudo … não é tudo, estou convicta,
mais vale só, mas ser feliz no dia a dia
do que viver com a Felicidade... interdita !!

Nota de autora:  Não foi fácil escrever este texto, mas a cada dia que passa, tomo mais conhecimento de casos, sem solução e por vezes até com fins pouco "ortodoxos". Daí me decidir escrever sobre um tema "forte" mas que, faz parte da realidade de muitas vidas. 

®M.Cabral