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MAROUSSIA

Um pouco de mim... Sobre o que sinto, ouço, escrevo e gosto !!

MAROUSSIA

Um pouco de mim... Sobre o que sinto, ouço, escrevo e gosto !!

04.08.20

Uma Narrativa entre muitas...


Maroussia

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                         Narrativa do Dia - " Apenas mais um... entre tantos...!! "

Num final de um dia de trabalho, percorrendo as ruas da cidade e tentando encontrar o caminho mais fácil para fugir ao transito, na tentativa de chegar o mais rápido a casa, parei o carro num sinal vermelho e, num rompante quase abruptamente, vejo no vidro dianteiro, um pano sujo, manuseado por umas mãos ainda mais sujas.

Após duas fracas passagens pelo vidro, olho para um mão estendida, em silêncio, de alguém cambaleante. Ainda atónita, olhei para aquele rosto cadavérico, envelhecido, embora não passasse de um "menino".

Os olhos encovados e suplicantes, baços e sem brilho eram de uma profundidade tão penetrante, que quase me deixaram petrificada, e senti-me incapaz de dizer o que quer que fosse.

Balbuciou duas ou três palavras, para mim quase imperceptíveis, enquanto a sua mão continuava quase em súplica.

Um pouco mais refeita, lá consegui arranjar coragem para lhe perguntar se estava a sentir-se bem, que talvez tivesse fome, e se fosse esse o caso, eu iria dar-lhe de comer, que queria ajudá-lo, talvez até levá-lo a um hospital.
Respondeu-me tremulamente que se o quisesse realmente ajudar, lhe desse algum dinheiro, assim o ajudaria muito mais, pelo menos a morrer com menos dor.
Apercebendo-me do quadro que tinha na minha frente, tentei contra-pôr, que estava na vontade dele a decisão de voltar atrás que era muito jovem para se render assim tão facilmente.

Respondeu-me com algum tremor na voz, a morte não tem retorno e eu tenho a morte dentro de mim.

Compreendi, que nada do que eu dissesse ou fizesse iria demovê-lo. Impotente, dei-lhe o que ele queria, dinheiro. Sorriu-me, com um sorriso que mais parecia um esgar e afastou-se cabisbaixo, carregando em si o peso da desgraça e da morte anunciada.

Aquele quadro marcou-me profundamente. Fez crescer dentro de mim uma raiva e uma revolta tão grande que dura até hoje.

Quem manda, cruza os braços, não por impotência mas por cobardia. Afinal, o vil metal é o "chefe supremo" da Humanidade.

E assim se vão "engordando" bolsos ambiciosos, à custa da morte dos nossos filhos e, se fica impune.
O que me serve de consolo é que a justiça dos homens é cega mas, a Divina não perdoa e a Deus todos terão de prestar contas.

autoria de__ M.Cabral_pt®

16.06.20

Há dias "chatos"... ou será que a paciência é algo que se esgota, e eu ainda não me tinha apercebido...?!


Maroussia

 

21628596_2hHTp.jpegimagem by net

                         Texto de um Diário (falhado)

** Sabes, hoje estou em dia não… daqueles dias que te apercebes que a vida não é o que esperavas dela, e por muito que te esforces, de nada te vale porque não vais dar-lhe a volta.
Estive junto ao mar e, quando isso acontece, sinto-me pequenina e insignificante mas, ao mesmo tempo, ele inspira-me, faz-me pensar, carrega-me as energias e, sobretudo leva-me à introspecção. Foi isso que aconteceu… e detestei tudo o que pensei.
Sinceramente a vida não deve ser apenas esta sequência de dias, tem de ter algo muito mais apelativo e que faça com que valha a pena, nos levantarmos todos os dias, na sua continuidade.
Chorei ! Chorei sim e não me envergonho de o admitir, afinal não sou uma "máquina", cientificamente programada para conter emoções. Chorei de "raiva", pela impotência ou cobardia de mudar tudo o que não gosto em mim e não só.
Porque tem de ser tudo tão difícil ? Por vezes penso que é fácil e sou eu que complico, será que sou exigente demais ?
Mas depois penso que todos temos o "direito" de ser felizes, nem que tenha de ser por exigência. Portanto eu vou "Exigir" à vida o meu quinhão dessa “Felicidade” (se existe) e bem rápido, porque o meu tempo, não tem tempo para tanta espera!
Desculpa este mau humor, tu não tens culpa de nada e eu descarrego em ti, mas hoje não dá para mais, acho que estou deprimida. Está na moda, deixa lá...!
Mas não te preocupes, amanhã é outro dia, e outras oportunidades surgirão para me redimir do negativismo de hoje.

Até amanhã meu "amigo"... quiçá !! **


* Algures em Outubro passado, num dia muito aproximado ao meu aniversário. * 

®M.Cabral

12.02.20

Filhos da Guerra... Crianças feitas "grandes" à força, por gente sem escrúpulos... !!


Maroussia

guecri.jpgImagem by google

Fico horrorizada em frente à televisão, 
quando vejo imagens tão cruéis e reais,
a minha raiva sobrepõe-se à compaixão
pois são anti-humanas e tétricas demais.

Por mim “intitulados” Filhos da Guerra,
mas deviam chamar-se Filhos do Sub-Mundo
o ódio que sinto, é tanto que quase me "cega"
ao ver tantas crianças naquele quadro imundo.

Aquelas guerras, sem tréguas e sem sentidos
são tão incrédulas que nos parecem ficção,
quando vejo aqueles rostos já tão feridos
e de tão enfraquecidos, quase inertes, sem acção.

Corpos estropiados e famílias desmembradas
e todo este horror pela ganância do poder,
crianças que em vez de brincar são armadas
para matar e lutar em sofrimento, até morrer…

De fome se arrastam e vão caindo pelo chão
esfarrapados, despidos de cuidados, até á morte,
e pensar que é o Homem por desmedida ambição
que sem pudor vota seres humanos a tão má sorte.

Direitos Humanos, que palavras tão sem sentido
apregoados aos quatro ventos, pelos governantes,
que Direitos Humanos, tem todo o ser que é ferido
se nem para dizerem NÃO, lhes conferem atenuantes.

A minha dor e raiva são sentidas de maneira tal
de pertencer a uma “ raça humana” tão inculta,
que mil vezes preferia pertencer ao reino animal
pois a um irracional, não se pode imputar culpa !!

®M.Cabral

23.11.19

Como tratamos a "Terra", que será o que deixamos numa incerteza de Vida, aos nossos descendentes, é de nos envergonhar como não "protectores" ...!!


Maroussia

                                                                                          imagem by internet

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”  ECOLOGIA  “

Palavra tantas vezes pronunciada
situações que nem a toda a gente toca,
quando se vê matar à "paulada
aquele amor de bicho que é a foca.

Tanta gente a lutar em vão
numa luta intensa sem parar,
mas o Homem não tem coração
e mata pelo prazer de matar.

Ecologista é um defensor da natureza
aquele que contra tudo e todos a defende,
mas, logo surge outro, que a despreza
e assim, nesta luta ninguém se entende.

A terra,  assim a vão destruindo
o Homem não se coíbe de a estragar,
em vez de tentar ir reconstruindo
vai aos poucos com o Planeta acabar.

É impensável tamanha insensatez
porque tudo o que acaba não tem retorno,
com tanta demonstração de estupidez
vão destruindo a camada de ozono.

Este Mundo que podia ser um paraíso
de um Holocausto se está a aproximar,
quando tão pouco de nós era preciso
bastava-nos tão só,  a Natureza respeitar.

 

®M.Cabral